Reddit Reddit reviews Epic Encounters: Culture, Media, and U.S. Interests in the Middle East since 1945, Updated Edition (American Crossroads)

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Epic Encounters: Culture, Media, and U.S. Interests in the Middle East since 1945, Updated Edition (American Crossroads)
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u/williambotter · 1 pointr/brasilnoticias

Se vocês estão acompanhando a visita de Jair Bolsonaro a Israel nesta semana, devem ter notado a mudança recente da política externa brasileira em relação àquele país. Os governos de Lula e Dilma Rousseff, do PT, demonstravam há alguns anos uma simpatia à causa palestina. Bolsonaro, por sua vez, tem se aproximado cada vez mais de Israel. Eles ocupam, pois, lados distintos do conflito travado entre israelenses e palestinos, dois povos que reivindicam Jerusalém como sua capital.

Uma das explicações para as diferentes posturas é a religião. O governo de Bolsonaro conta com o apoio de uma importante fatia da população e do Congresso Nacional: os evangélicos. Para os seguidores dessa fé, a supremacia de Israel é uma questão urgente, profética e apocalíptica. Os evangélicos acreditam, afinal, que o fim do mundo — e o retorno de Jesus Cristo — dependem da presença dos judeus em Israel. Assim, o apoio ao projeto sionista é um modo de, digamos, acelerar a profecia.

Essa ideia, no entanto, não é exatamente antiga. Melani McAlister conta essa história em um dos capítulos de seu livro “Epic Encounters” (encontros épicos). Em 1970, um autor relativamente desconhecido chamado Hal Lindsey, graduado em um seminário teológico de Dallas, publicou a obra “The Late Great Planet Earth”. Foi o livro de não ficção mais vendido dos anos 1970 nos EUA, segundo McAlister. Estima-se que 28 milhões de cópias foram vendidas até 1998 (em comparação — o Estado de Minas Gerais tem atualmente 21 milhões de habitantes).

Não foi a primeira vez, é claro, em que alguém estudou as profecias da Bíblia e disse que o fim do mundo estava próximo. Mas Lindsey foi um dos primeiros a popularizar a ideia de que esses eventos estão relacionados com o Estado de Israel, criado em 1948 no que era até então um protetorado britânico no Oriente Médio. Ele lembrou seus leitores de que o Apocalipse dependia de três coisas: 1) a nação judaica ser recriada na Palestina, 2) a reconquista de Jerusalém e 3) a reconstrução dos templos sagrados. Em 1970, data do lançamento do livro, os dois primeiros itens já tinham sido concretizados. Assim, evangélicos passaram a acompanhar de perto a geopolítica do Oriente Médio, enxergando naquela região os sinais apocalípticos da Bíblia.

É esse, em parte, o contexto do crescente apoio americano ao Estado de Israel, sob Donald Trump. As ideias de Lindsey estão também presentes no governo de Jair Bolsonaro. Não surpreende, portanto, a decepção de uma parcela dos evangélicos ao ouvir que o Brasil não vai mais transferir sua embaixada em Israel — atualmente em Tel Aviv — para Jerusalém. O governo decidiu apenas abrir um escritório comercial ali. “O compromisso com o povo evangélico e judeu é outro”, disse Sóstenes Cavalcante (DEM) à repórter Anna Virginia Balloussier.